—
Por que fala comigo? Não te conheço!
— Também um dia não o conhecia, vovô
Porém se
manteve perto, me educou.
— Como é seu nome? Não me lembro...
— Me chamo paciência. Vim
retribuir-lhe
Todo carinho que sempre
me dispensou.
—
Por que está aí escondida? Seguindo-me!
— Sempre me buscou quando eu fugia,
vovô
Agora você
sai, e sou eu quem procura.
— Não quero que me siga. Quem é
você?
— Me chamo proteção. Como nas
brincadeiras
Antigas de
nós dois, sempre me protegia.
— Por
que dança comigo? Que baile é este?
— Ensinou-me a dançar, é seu
aniversário vovô
Tenho a honra de
nos seus braços bailar.
— Não é boa dançando. Como se chama?
— Me chamo alegria. Como quando
brincávamos
Que eu era uma
princesa e bailávamos.
— Por
que almoçar agora? Não quero comer.
— Fazia aviãozinho para eu comer
tudo, vovô
Precisa se
alimentar, fiz tudo que adora comer
— Nem sei o seu nome. Não sabe o que
gosto.
— Me chamo cuidados. Iguais aos
zelos que
Teve, quando eu
pirraçava pra não comer.
—
Por que lê este livro? Que história triste.
— Sempre leu para eu dormir, e
nesta, vovô
Há um final
feliz, como as que me contou.
— Mas como se chama? Não minta pra
mim.
— Me chamo amor. Como nos contos de
fada
E nas
lições que sempre me ensinou, vovô.
* Itabirito, Minas Gerais.
Homenagem ao Grupo de Apoio Alzheimer de Itabirito
http://www.recantodasletras.com.br/autores/liliacosta
Homenagem ao Grupo de Apoio Alzheimer de Itabirito
http://www.recantodasletras.com.br/autores/liliacosta
Nenhum comentário:
Postar um comentário