segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Preciso te reencontrar !


Brasilino Alves de Oliveira Neto

Irradia nova manhã,
Mas estou sonolento,
Resultado de uma noite insone,
Onde a esperança lhe tomou cada segundo.

Não tive sonhos, pois não tive sono.

Começo a ouvir o barulho impositivo da vida.
Da fresta da janela vejo o burburinho na rua.

Que cada um segue por seus atribulados caminhos.
Tento imaginar o destino que cada um seguirá
... que caberá a cada um

Perco-me em meus pensamentos,
Mas me recomponho,
... e volto para minha realidade,
Esqueço-me de todos.

Volto os pensamentos só para mim,
Ou melhor, para você
Eis que depois que te vi,
Nem mesmo em mim consigo pensar

Você toma todo meu pensamento.
... meu ser, minha existência

Mas nada de te reencontrar.
De você só tenho lembranças
do breve e singelo olhar
e do encantador sorriso que me deu

(naquele único e passageiro encontro)

Mas saiba que você está viva em mim

(mente e coração)

Que é a força que me impele a vida

... a esperança de te reencontrar

e viver um grande amor !

(e ser muito feliz !)

Academia Caçapavense de Letras

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A vida sem você !

Brasilino Alves de Oliveira Neto

A vida te fez assim:
Linda e feliz nos braços de outro.

A vida me fez assim:
Longe de ti e um coração dorido no peito

(por tua ausência).

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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Insônia !

Brasilino Alves de Oliveira Neto

Dias arrastados,
sem ânimo.
Noites insones,
e sem sonhos.

(Não se sonha acordado.)

Incerteza no amor
... do amor
Incerteza de te ter.

Sofrimentos certos.

Esperança vã.

Querer constante:

Ter você !

Já se vão anos,
Aqui estou,
e continuarei

sempre esperando você !

Venha !

Academia Caçapavense de Letras

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Vida de sonhos !

Brasilino Alves de Oliveira Neto

Vivo de sonhos que já demandam há tempos distantes.
Busco-te sempre.
Olhando vejo a infinitude do horizonte, e fico tristemente a imaginar por quanto tempo ainda terei que vagar errantemente para que eu possa te encontrar e contigo viver uma vida de felicidade !

Continuo te procurando !

Continuo te esperando ! 

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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Tango.

Carlo Celso Lencioni Zanetti

Envelheci !
O viço da alma que se mantém intacto
não encontra parceria no corpo cansado.
As melodias da minha vida se transformaram.
As canções dos Beatles...
My girl envelheceu comigo,
Yesterday se fez mais longe,
Lennon e Harrison se foram.
Hoje, Piazzola me dá o tom,
Anos de solitude,
canções da soturnidade,
Jacques Brel,
Ne me quite pas.
E tenho que seguir em frente
sabendo que me restará,
ao final de tudo,
o fim do nada mais.
Por isso, danço minha dança triste,
um tango lunfardo que me restou.
Bailo com jovens imagens
congeladas no pensamento,
mas perdidas no horizonte
que não descortino mais.
A alma faz-me sentir o viço da juventude,
o corpo me diz que não;
sinto-me chama a lutar contra o vento,
temendo apagar;
revejo meus fantasmas,
meus temores, minhas perdas,
a aceitação do que tive,
a falta de atrevimento
para ter o que sonhava.
Do que fiz não me lamento
pois, vivi bem vivida
a vida que escolhi viver;
a reclamar, somente
o que não arrisquei fazer.
E sigo nesta dança triste,
no tango lunfardo que me restou,
até o último som calar
e a derradeira luz se apagar.

Academia Caçapavense de Letras

Quando você virá ?

Brasilino Alves de Oliveira Neto
 
O barulho era de passos.
Deles se percebia sensuais,
Pois lentos, cadenciados
e de sutil leveza.

Os ouvia atentamente,
buscava a direção que seguiam.
... queria fosse na minha,
pois o tempo de tua espera se alonga,
e me impõe sofrimentos
e eu não posso continuar assim
pois não se sabe em toda história
que alguém sofrera por ‘bem-querer’

(por querer bem outro alguém)

(tal com te quero.)

Continue sua caminhada
Venha em minha direção
Pois imagino você.

Imagino sua chegada,
que à porta você aparecerá.
Apresse seus passos para que logo possa chegar.
Que é há quem tanto tempo espero para me fazer feliz.

Venha, faça-me feliz !

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Cartas da Vida !

Josh Billing

A vida consiste não em ter boas cartas, mas em jogar bem com as que possui.



sábado, 19 de novembro de 2011

A vida ! - 19.11.11

Leon Daudi

É curioso que a vida, quanto mais vazia, mais pesa. 

... e enganando meu coração

Brasilino Alves de Oliveira Neto

Espero-te sempre,
cantando alegremente,
esperando você chegar,
Embora saiba que você não venha

(pois você já não pode ser minha)

Mas esta é a única maneira de enganar meu coração.
De modo que o tempo passe, mesmo que lentamente
Como ele sempre faz para me aumentar os sofrimentos.

Mas se não tem outro jeito ...

Vou continuar cantando alegremente
Esperando-te  (sempre)
Mesmo sabendo que você não virá

Já se passaram muitos anos ...
Tempos ...
e eu aqui, cantando e te esperando

mesmo que seja para cantar todas a canções do mundo

... continuarei alegremente cantando,

esperando-te, e enganando meu esperançoso coração.

Venha ! 

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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Desvestida !

Brasilino Alves de oliveira Neto

O barulho é de ‘água de chuveiro’.
Ao ouvir imagino uma cena,
Que só pode ser bela.
Não há outra forma,
Por você estar nela.

Teu corpo desvestido,
Molhado, sempre sensual,
Água morna a lhe banhar
Inspiram-me pensamentos lancinantes

(... de amor ! - de corpo e alma !)

E não há outra forma,
Pois onde se encontram
beleza, encanto,
meiguice e sensualidade
esta é a norma,
não há outra forma,
da cena não ser bela:

... por você está nela. 

(barulho, água morna, corpo desvestido, sensualidade, beleza, encanto, pensamentos lancinantes me fazem concluir: isto não pode somente ficar em minha imaginação, tem que se tornar realidade: venha !) 

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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O silêncio dos amantes !

Brasilino Alves de oliveira Neto

O que seria dos amantes se não houvesse o silêncio ?

Simplesmente não seriam amantes,
pois o silêncio em tudo os envolve.
O silêncio pela furtividade.
do comprometimento.
De sua necessidade para o encontro de almas.

Não há outro jeito ...

Amantes precisam do silêncio para ser amantes !

Academia Caçapavense de Letras

Cenário de amor.

Brasilino Alves de Oliveira Neto

Luz tênue,
Lençol alvo,
E seu corpo nele estirado,
Algumas peças somente te vestem,
Cenário que me desperta lascivos pensamentos
Não me contenho

(nem posso me conter)

... te amo !

(de corpo e alma)

E como sou feliz !


Academia Caçapavense de Letras

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Tempo de espera !

Brasilino Alves de Oliveira Neto

Há muito tempo a esperava.
Ela chegou mansamente e nada falou.
Inseguro, lhe perguntei por que viera se não me queria ?
Fitou meus olhos,
os seus ficaram marejados.
Quis mas não pode responder,
Sua voz embargou.
Olhou-me mais uma vez,
Virou-se e caminhou lentamente
Sem mais volver-me seu olhar.
Ali parado observava cada passo dado,
que a afastava de mim,
pressentindo a solidão, que a cada um de nós a vida reservara

Nunca mais nos encontramos.
Vivo a solidão que pressenti.

Crendo, como forma de me aplacar a dor,
que não sou somente eu quem assim vive.

Mas ainda é tempo de espera !

Sempre será tempo de espera !

Academia Caçapavense de Letras

Estrela do horizonte.

Brasilino Alves de Oliveira Neto

No horizonte há sempre uma Estrela a indicar o caminho para que você seja feliz.  Desejo que você encontre a sua !

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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Pai, ouça meu pedido. Chico, Gilberto e Milton.


Chico Buarque, Gilberto Gil e Milton Nascimento

'Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue’

Pai poupe-me de ‘beber esta bebida amarga’

E nem que isto na minha ‘vida seja um fato consumado (Cale-se !)’

Desperte em mim o sentimento de que

“Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo”.

Permita-me “abrir o peito a força, numa procura”

Fazendo-me acreditar Pai, que está sempre próximo para,

em minhas dificuldades,

sentir tuas mãos em meus ombros e a dizer-me:

Siga Filho, pois estou sempre com você !

Amém ! 

‘ Trechos da música ‘Cálice’, de Chico Buarque e Gilberto Gil
“ Trechos da música “Caçador de Mim”, de Milton Nascimento

Brasilino Alves de Oliveira Neto
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domingo, 13 de novembro de 2011

Tuas Mãos ! 13.11.11

Brasilino Alves de Oliveira Neto

No mundo existem milhares e milhares de mãos,
porém, somente nas tuas deposito meus sonhos
e minhas esperanças. 

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Alzheimer. Poetisa Lília Costa *

      Lília Costa *


— Por que fala comigo? Não te conheço!
— Também um dia não o conhecia, vovô
    Porém se manteve perto, me educou.
— Como é seu nome? Não me lembro...
— Me chamo paciência. Vim retribuir-lhe
   Todo carinho que sempre me dispensou.
— Por que está aí escondida? Seguindo-me!
— Sempre me buscou quando eu fugia, vovô
    Agora você sai, e sou eu quem procura.
— Não quero que me siga. Quem é você?
— Me chamo proteção. Como nas brincadeiras
    Antigas de nós dois, sempre me protegia.
— Por que dança comigo? Que baile é este?
— Ensinou-me a dançar, é seu aniversário vovô
    Tenho a honra de nos seus braços bailar.
— Não é boa dançando. Como se chama?
— Me chamo alegria. Como quando brincávamos
    Que eu era uma princesa e bailávamos.
— Por que almoçar agora? Não quero comer.
— Fazia aviãozinho para eu comer tudo, vovô
    Precisa se alimentar, fiz tudo que adora comer
— Nem sei o seu nome. Não sabe o que gosto.
— Me chamo cuidados. Iguais aos zelos que
    Teve, quando eu pirraçava pra não comer.
— Por que lê este livro? Que história triste.
— Sempre leu para eu dormir, e nesta, vovô
    Há um final feliz, como as que me contou.
— Mas como se chama? Não minta pra mim.
— Me chamo amor. Como nos contos de fada
    E nas lições que sempre me ensinou, vovô.


* Itabirito, Minas Gerais.
Homenagem ao Grupo de Apoio Alzheimer de Itabirito 
http://www.recantodasletras.com.br/autores/liliacosta

sábado, 12 de novembro de 2011

Cavaleiro do São Joaquim 12.11.11


Elomar Figueira Melo *

Sonho que na derradeira curva do caminho
existe um lugar sem dor sem pedra sem espinhos
mas se de repente lá chegando não encontrar
seguirei em frente caminhando a procurar

* Cantor e compositor, Vitória da Conquista, BA.
   Trecho da composição Cavaleiro do São Joaquim
   http://letras.terra.com.br/elomar/

Filho, você me leva ? !


Brasilino Alves de Oliveira Neto

O filho, tenra criança, fazia perguntas e ele respondia.

Repetia a pergunta e ele amavelmente explicava.

Foram centenas delas e tantas pacientes respostas.

Passaram-se os anos, aquela criança, hoje jovem continua a perguntar.

E o pai cuidadosamente a explicar.

(Tudo é fácil quando a relação se dá de pai para filho !)

Seguiu-se o andamento célere do tempo.

Hoje o filho amadurecido o pai envelhecido,

E sem muita mobilidade.

O Pai pediu ao filho:

- Pode me levar até a praça hoje ? há tempo não vou lá !

- Mas o que você (deveria ser senhor) vai fazer lá ?

- Rever alguns amigos que há muito não encontro.

- Mas se você quiser rever sempre seus amigos deverei levá-lo sempre ? !

- E eu não tenho tempo a perder !

- Está bem, não precisa me levar, vou só !

- Que vai só, não consegue nem andar, vai demorar um ano pra chegar, e ai seus amigos já se foram.

- Não tem problema já não quero mais vê-los.  

- Quero somente relembrar o tempo que com você ali passei, passeei e respondia às perguntas que você me fazia, e nas respostas estava o alento de meu coração e alma, pois o amava tanto quanto hoje.  

- E por certo estes sentimentos ali ainda estão e me farão entender que o tempo que você não tem hoje ‘a perder comigo’ foram os que eu ganhei com você. 

Isto me será a compensação e me valerá ter vivido, ter sido seu Pai. 

Filho não perca, vá sim ganhar seu tempo.

Vai filho e que Deus te abençoe !  Amo-te ! 
Academia Caçapavense de Letras