sábado, 24 de março de 2012

Palavras soltas !

Brasilino Neto

Sorria

Só ria

Sorrisos

Só risos

Sonos

Só nós

Ao menos

Amemo-nos.

Ao mais

Amais

Ama-me

Amo-te

Seja feliz

Foi o que sempre lhe quis

Mas que seja juntinho a mim

Pois se não for assim,

Com certeza, que tristeza, é meu fim !


Seu medo !

Brasilino Neto

Você me disse:

Estou apaixonando-me por você,

Mas tenho medo de sofrer por isto !

Respondo-te:

Desde há muito estou apaixonado,

E como não tive medo há tempos sofro tanto.

domingo, 11 de março de 2012

Arco Irís.

Mario Benedetti 

Do livro ‘O amor, as mulheres e a vida’
Antologia de Poemas de Amor (pág.32)

Às vezes
é claro
você sorri
e não importa quão linda
ou quão feia
quão velha
ou quão jovem
quão muito
ou quão pouco
você realmente seja
sorria
como se fosse
uma revelação
e seu sorriso anula
todas as anteriores
caducam no momento
seus rostos como máscaras
seus olhos duros
frágeis
como espelhos ovais
sua boca de morder
seu queixo de caprixo
suas bochechas perfumadas
suas pálpebras
seu medo
sorria
e você renasce
assume o mundo
olha
e ao olhar
indefesa
nua
transparente
e por aí
se o sorriso vem
de muito dentro
você pode chorar
simplesmente
sem dilacerar-se
sem convocar a morte
nem sentir-se vazia
chorar
só chorar
então seu sorriso
se ainda existe
se torna um arco íris.

sábado, 10 de março de 2012

Pouco te vejo

Brasilino Neto

São raras as vezes que nos vemos e tão pouco o tempo que junto ficamos, que resumo a saudade e o desejo de te ter mais perto de mim em algumas palavras e gestos.  É por isto que quando nos encontramos, te abraço, te beijo e te digo somente: eu te amo !

sábado, 3 de março de 2012

Cenário de amor

Brasilino Neto

Silêncio

Encanto

Brisa

Lindas flores

Um beija-flor (em voo)

Agradáveis pensamentos

O som distante de uma viola

A voz lamuriosa do cantador

(com sua história de amor não-vivido)

Vistosos pés de cerejas e morangos

Cenário de beleza

O amor:

Eu e você !

sexta-feira, 2 de março de 2012

Cena feliz.

Brasilino Neto

Um casebre
Chão batido
Portas corroídas
Janelas também
Fogão de lenha e cinzas
Panelinhas sobre ele.
Chegam os moradores
João o pai, Joana a mãe, idosos
E Benedito o filho, jovem.
Rostos suados e empoeirados
Pés rachados,
Tudo pela lida diária
João tira os pães do embornal
Joana vai ao fogão e faz um ralo café
Benedito arruma a mesa
Tudo pronto sentam-se
Nada reclamam
Saboreiam o café com pão seco
Todos sorriem
Conversam coisas simples
Pois eles são simples
E colhem felicidade,
Que também é coisa simples
A cena demonstra que é simples ser feliz !

Nós.

Brasilino Neto

Um encontro

Um olhar

Um sorriso

Um amor

Eu e você !

Cotidiano.

Brasilino Neto

É fim de feira e xepa está por todo canto
a mulher-mãe sofridamente enche a sacola
Seu coração se estraçalha por saber por que faz isto
Mas sabe também que não tem alternativa
E por isto cumpre com melancolia seu papel
Continua pegando a xepa
Seus filhos estão esperançosos em casa
Pois sabem que logo a mãe chegará com alimentos
Chega, olha os filhos e se envergonha,
disfarça
Põe a sacola sobre a mesa e diz:
'foi isso que a mamãe conseguiu comprar hoje,
Mas amanhã vou mais cedo e compro coisas melhores'
Voltou à feira no dia seguinte,
Novamente colheu a xepa
voltou para a casa,
onde os filhos a esperavam com os alimentos
sentia imensa tristeza ter que cumprir esse ritual
mas sabia ser este o único meio de cumprir o papel de mulher-mãe.

Encontro.

Brasilino Neto

Sonhos

Desejos

Esperanças

Em que se resumem ?

Em ter você !

Encontrei-te.

Já não são sonhos,

desejos e esperanças.

É realidade.

Vivo intensamente Você !

Sou amavelmente Você !

Era para ser.

Brasilino Neto


Era para ser assim:

Eu e você.

Não foi.

Você não me reconheceu

E por isto

nem eu mesmo me reconheço.