sábado, 19 de maio de 2012

Faça-me feliz !


Brasilino Neto

A cada dia me convenço de que na Terra nossa missão é ser feliz.
Isto é o que quero e tenho sempre buscado.
Porém, concluo que não basta que somente eu queira,
E se você não estiver ao meu lado,
De nada valerá eu querer, mesmo que muito,
Pois não serei feliz.  

Venha, estou sempre lhe esperando !

sábado, 28 de abril de 2012

Onde você está ?

Brasilino Neto

Procuro tanto nas letras grandes dos outdoors

(mesmo que não colorido nem iluminado),

Bem como nas pequenas das entrelinhas da vida,
A forma se ser feliz.
Encontrei a forma,
mas não a (única) pessoa que pode me fazer feliz:  Você !

Apareça !


sexta-feira, 13 de abril de 2012

Não se vá.

Brasilino Neto

Saiba, ouça-me.

Não foi você quem mandei embora

Creia, não foi.

Mas você insiste,

Resiste em entender que sim

Creia-me, não foi.

Peço-lhe, não se vá.  Fique !

Vamos viver um momento

Viver o momento

Que a mais ninguém pertence



(é só nosso)


Que só nós podemos viver.

Não se vá.

Venha para junto de mim

Para que, em sussurros,

Diga-lhe de meus sonhos



... e dos (loucos) desejos


Venha mesmo não crendo.

Ouvir-me lhe dizer,



(a envolvendo num gostoso abraço)


Que você é quem quero, e

Quem desejo e amo !

terça-feira, 10 de abril de 2012

Segue seu caminho.


Brasilino Neto

Vai,  vai, vai,

segue seu caminho

Que 
seguirei o meu

Mas tenha em sua conta,

assim como terei na minha,

que jamais estivemos juntos.

Pois sua partida levou meus sonhos

Minhas esperanças, meus desejos

E os sentimentos de amor.

Hoje nada mais me vale

Somente o sofrimento me alcança,

... envolve minha alma

Mas resignadamente aceito sua ida

eis que nada mais me resta ...

A não ser seguir sozinho meu caminho

Vivendo a dor de sua ausência,

e que somente a mim cabe sofrer,

pois em nossa relação somente eu me doei

que seus desdenhos que me feriram

servem-me hoje de alento,

dando-me força para entender que

apenas eu lhe dediquei amor,

que os sonhos eram só meus,

que as esperanças

e felicidades eram só minhas

Vai, vai, vai

Sequer olhe para trás ...

para não me dar esperanças,

e que eu possa seguir, mesmo sofrendo,

pelos caminhos que devo percorrer,

até que encontre alguém que me queira

alguém que me dê amor,

tal qual lhe dediquei,

e que você jamais viveu.

Vai pelos s
eus caminhos,

Que irei pelos meus,

buscando meios para, amando e sendo amado, ser feliz.


quarta-feira, 4 de abril de 2012

As Flores de Madeira

Carlo Celso Lencioni Zanetti
Academia Caçapavense de Letras

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AS FLORES DE MADEIRA


“A cela do castigo é estreita, fria e não há nenhuma manta para o detento se cobrir. Pelo buraco que serve de latrina, de vez em quando, sai uma ratazana que olha com curiosidade o homem encolhido no canto. Fora, ouvem-se gritos e o barulho habitual da prisão de Aguadores, uma das mais temidas de Cuba.”

“ (Wilman) Vilar (Mendoza), que morreu após uma greve de fome, ganhava a vida fazendo trabalhos de carpintaria e alvenaria. Sua especialidade eram as belas flores de grande caule, em madeira, que os turistas compram para levar como lembrança da ilha. Um caule com seis pétalas, talhado com a paciência de quem sabe que o tempo, em Cuba, não vale muito e os minutos não o tornaram nem mais próspero nem mais feliz.”

“Em Cuba, como diz um amigo, “ninguém sabe o passado que o aguarda”.”

”A necessidade de usar o corpo como praça pública da indignação, em uma ilha onde protestar é proibido, foi determinante para o triste desenlace do dia 19 de janeiro” (de 2012).

Trechos de artigo de YOANI SANCHEZ.

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Vilar tinha 31 anos...e sonhos de liberdade...
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A cela do castigo é estreita
e não há nada que possa proteger o corpo
do frio intenso que o congela à morte,
se não morrer antes pela ação dos seus algozes
ou pela fraqueza que lhe toma conta,
maior que a força da alma que o conforta.
A cela do castigo é estreita
como as mentes dos que a conceberam,
embora capazes de inimagináveis crueldades
em nome da ideologia que resiste sucumbir...
Na solitária cela de onde os olhos se afastam
só lhe dá companhia a ratazana imunda
mas menos profana do que aqueles
que juntaram seus destinos insólitos.
O ser que se encolhe ao canto,
não sente mais a dor intensa que o domina,
recolheu ao fundo de si mesmo o pranto
que gostaria de derramar, não por si,
mas pelos que gritam em Aguadores
os sons que se eternizam na longa noite
que sufoca a ilha de seus muitos amores.
Pensa também naqueles que não podem gritar
por lhes faltar a coragem do gesto
ou por temerem pelos seus,
ameaçados pelo anonimato dos bajuladores
sob o jugo da ditadura cruel,
de tantos apoiadores cegos de alma
mas de olhos vivos a admirarem
o mito que os extasia.
Sua culpa, pensar. Seu mal, se expressar.
O passado que não teve lhe foi dado por seus algozes;
condenado pelas palavras, fizeram-no maldito.
A bandeira em que se enrolou um dia
sequer lhe servirá de mortalha, pois,
os tiranos temem os símbolos de afeto
por unirem os tiranizados.
O passado que lhe foi criado o tornou mais um
a sucumbir sob as imposições do pensamento único,
para regozijo e repugnante apoio dos amigos brasileiros,
velhos – uns nem tanto - camaradas, todos companheiros,
convidados ao eterno velório da democracia cubana.
Seu corpo, “praça pública da indignação”,
foi o local que lhe restou para o protesto
que não lhe podem tirar ou impedir;
seu corpo é o palco da sua imolação.
As flores de madeira enfeitarão, agora, o seu caixão.
Flores sem perfume, mas contendo nelas
o cheiro da morte injusta,
levado por elas além da ilha.
São elas, de uma só cor e sem olor,
mais belas do que a estrela de flores vermelhas
que enfeita a casa presidencial brasileira.
Vermelhas como o sangue que corre em Cuba!
Na cela escura, fétida e fria,
a ratazana espera uma nova companhia...

Caçapava, janeiro/2012

sábado, 24 de março de 2012

Palavras soltas !

Brasilino Neto

Sorria

Só ria

Sorrisos

Só risos

Sonos

Só nós

Ao menos

Amemo-nos.

Ao mais

Amais

Ama-me

Amo-te

Seja feliz

Foi o que sempre lhe quis

Mas que seja juntinho a mim

Pois se não for assim,

Com certeza, que tristeza, é meu fim !


Seu medo !

Brasilino Neto

Você me disse:

Estou apaixonando-me por você,

Mas tenho medo de sofrer por isto !

Respondo-te:

Desde há muito estou apaixonado,

E como não tive medo há tempos sofro tanto.

domingo, 11 de março de 2012

Arco Irís.

Mario Benedetti 

Do livro ‘O amor, as mulheres e a vida’
Antologia de Poemas de Amor (pág.32)

Às vezes
é claro
você sorri
e não importa quão linda
ou quão feia
quão velha
ou quão jovem
quão muito
ou quão pouco
você realmente seja
sorria
como se fosse
uma revelação
e seu sorriso anula
todas as anteriores
caducam no momento
seus rostos como máscaras
seus olhos duros
frágeis
como espelhos ovais
sua boca de morder
seu queixo de caprixo
suas bochechas perfumadas
suas pálpebras
seu medo
sorria
e você renasce
assume o mundo
olha
e ao olhar
indefesa
nua
transparente
e por aí
se o sorriso vem
de muito dentro
você pode chorar
simplesmente
sem dilacerar-se
sem convocar a morte
nem sentir-se vazia
chorar
só chorar
então seu sorriso
se ainda existe
se torna um arco íris.

sábado, 10 de março de 2012

Pouco te vejo

Brasilino Neto

São raras as vezes que nos vemos e tão pouco o tempo que junto ficamos, que resumo a saudade e o desejo de te ter mais perto de mim em algumas palavras e gestos.  É por isto que quando nos encontramos, te abraço, te beijo e te digo somente: eu te amo !

sábado, 3 de março de 2012

Cenário de amor

Brasilino Neto

Silêncio

Encanto

Brisa

Lindas flores

Um beija-flor (em voo)

Agradáveis pensamentos

O som distante de uma viola

A voz lamuriosa do cantador

(com sua história de amor não-vivido)

Vistosos pés de cerejas e morangos

Cenário de beleza

O amor:

Eu e você !

sexta-feira, 2 de março de 2012

Cena feliz.

Brasilino Neto

Um casebre
Chão batido
Portas corroídas
Janelas também
Fogão de lenha e cinzas
Panelinhas sobre ele.
Chegam os moradores
João o pai, Joana a mãe, idosos
E Benedito o filho, jovem.
Rostos suados e empoeirados
Pés rachados,
Tudo pela lida diária
João tira os pães do embornal
Joana vai ao fogão e faz um ralo café
Benedito arruma a mesa
Tudo pronto sentam-se
Nada reclamam
Saboreiam o café com pão seco
Todos sorriem
Conversam coisas simples
Pois eles são simples
E colhem felicidade,
Que também é coisa simples
A cena demonstra que é simples ser feliz !

Nós.

Brasilino Neto

Um encontro

Um olhar

Um sorriso

Um amor

Eu e você !