domingo, 11 de dezembro de 2011

Na imensidão do espaço aberto.

Carlo Celso Lencioni Zanetti

As nuvens que passam
na imensidão do espaço aberto
são brancas e cinzas,
negras nuvens
que passam,
e fica no espaço
a imensidão aberta
aos sonhos que são
como as nuvens
que passam.
Restos de realidades
que se transformam,
nuvens e sonhos,
vapores de realidade,
fugazes momentos
de vidas que se transformam,
sombras vagantes
na imensidão do espaço aberto,
diluem-se, transmudam-se,
esfumaçam-se e se desfazem
na imensidão do espaço aberto. 

Academia Caçapavense de Letras

Amor, porque te quero.

Ricardo de Campos Ferraz

Ele acordou primeiro. Graças à luz de cortesia do corredor divisou ao lado o perfil bonito que, em sono profundo, ressonava. Com cautela voltou-se para a lateral da cama e tateou junto aos chinelos, em busca da jarra na qual a flor pernoitara às escondidas. Era uma surpresa para o momento que se anunciava.

Ainda era madrugada. Com isso, aproveitou os momentos finais de sono da esposa (ele esperava por seu despertar espontâneo) para pinçar lembranças dos cinquenta anos de união que comemorariam naquele dia. Fora uma bela jornada, sem dúvida.

Moravam agora sós. Os três filhos, já fazia algum tempo, haviam alçado voo para seus próprios ninhos. Sós, ficaram no incremento de um mútuo afeto, tudo decorrente da bravura da mulher adormecida a seu lado.

O destino lhes ofertara duras provas para a perseverança. De um início radioso, com folgas para belas casas e viagens, viram-se, de repente, sem explicações para isso ou aquilo, em extrema penúria; situação que se consumou em ridículas aposentadorias.

Mas, dos dois, tudo se deveu a ele. Ele fora a cigarra a cantar por todo o verão...

Que ficassem de lado, entretanto, as lamúrias ou os remorsos. O que contava era que, por obra exclusiva da mulher, o mundo crescera no amor. Seus atos de incontestável doação cuidaram da permuta das derrotas pela vitória. Ela que, de considerada senhora da sociedade local, descera, com resignação, aos domínios do ferro de passar, do tanque e do fogão. E ele, amparado por tal estoicismo e cativo do carinho constante dela, chegou àquele momento.

Nas semanas antecedentes aqueles instantes de emoção, mil projetos povoaram a mente. Foi desde a intenção de uma cerimônia, daquela em que os casais se reafirmam no compromisso, diante da sociedade, até aquele que, em conformidade com a simplicidade da mulher, ganhou a escolha dele.

Então, foi à floricultura e no plágio ao poeta, pediu à florista:

- Hoje, eu quero a rosa mais linda que houver.

E em pouco mais a esposa começou a despertar. Espreguiçou-se, tomou consciência plena e, sorrindo para o parceiro, estendeu-lhe os braços. Ela também sabia da importância do dia que nascia. Então o homem lhe estendeu a flor, enunciando sua pergunta:

- Como se chama isto?

E ela, surpresa e divertida:

- É uma rosa, ora!

E ele, mergulhado em emoção e separando sílabas, a contestou:

- Não, querida. Hoje, em especial, isto se chama fi-de-li-da-de.

Academia Caçapavense de Letras
Concurso Literário FALANDO DE AMOR – Vol II
Contato com o autor: ricardaoartesao@gmail.com
 

A gente fica melhor quando ama !

Nadir Nogueira Giovanelli

O amor não diminui ninguém.
A gente sabe que não adianta negar o que o coração não consegue esconder.
"É capaz de entender que o maior erro do ser humano é tentar arrancar da cabeça aquilo que não sai do coração". 
Quem ama é transparente como cristal, tem suavidade, doçura e alegria.
O amor é a força para encantar-se pela vida!
Cada ato, cada sorriso é como a semente que é lançada à terra que poderá produzir  frutos  muito doces.
No percurso de nossas vidas, deparamos com "pessoas azedas", aqueles frutos  menos doces...
Este azedume, afasta o bom humor e a delicadeza de trato, muito difíceis da gente suportar.
Geralmente, são pessoas amarguradas, têm o coração embrutecido e insensíveis à dor do seu semelhante.
Estas pessoas "precisam e muito mais"  de nossa atenção e aceitação.
Falta-lhes o sentido da vida !... O AMOR !  
O AMOR MOVE O MUNDO!  
Quando o coração  está sofrido e machucado, precisamos "emprestar nossos ouvidos".
É preciso um tempo, pois o tempo cura quase tudo.  Dê tempo ao tempo.
Quem ama sabe que um beijo e um abraço pode ajudar a curar um coração ferido. 
O amor é feito de pequenos gestos e pode transformar muitas vidas. 
É preciso amar para "Ser Feliz"!... O amor é gratuito,mas é preciso dar para receber.
Não devemos sentir vergonha de declarar este sentimento.
A gente fica melhor quando ama! Com certeza.
O que a Vida separa o Amor aproxima!...

Academia Caçapavense de Letras

Natal é todo dia.

Nadir Nogueira Giovanelli





No Presépio de Belém,
Sorri o DEUS-Menino,
Celebrar o seu Natal é ir mais além...
É viver o amor deste  Ser divino. 
Vivenciar o espírito de Natal,
é levar a todos, a esperança, a luz.
Se irmanar na fé, que tudo alcança e afinal... 
Não só presentear, "ter o pinheiro", que reluz. 
A dura realidade é  saber que existe:
Lar sem a mesa decorada, sem pão...
Lares onde o desamor  persiste...
Lar com a mesa farta, ornamentada, sem oração. 
Eis aqui nossa Gruta de Belém!... Para  nosso louvor e glória! 
Para acontecer os gestos concretos do  amor,
na Paz do Senhor da História!... Amém!  
O Natal será então abençoado.
E será compartilhado...
NATAL!... É todo dia esperado! 

Academia Caçapavense de Letras

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Preciso te reencontrar !


Brasilino Alves de Oliveira Neto

Irradia nova manhã,
Mas estou sonolento,
Resultado de uma noite insone,
Onde a esperança lhe tomou cada segundo.

Não tive sonhos, pois não tive sono.

Começo a ouvir o barulho impositivo da vida.
Da fresta da janela vejo o burburinho na rua.

Que cada um segue por seus atribulados caminhos.
Tento imaginar o destino que cada um seguirá
... que caberá a cada um

Perco-me em meus pensamentos,
Mas me recomponho,
... e volto para minha realidade,
Esqueço-me de todos.

Volto os pensamentos só para mim,
Ou melhor, para você
Eis que depois que te vi,
Nem mesmo em mim consigo pensar

Você toma todo meu pensamento.
... meu ser, minha existência

Mas nada de te reencontrar.
De você só tenho lembranças
do breve e singelo olhar
e do encantador sorriso que me deu

(naquele único e passageiro encontro)

Mas saiba que você está viva em mim

(mente e coração)

Que é a força que me impele a vida

... a esperança de te reencontrar

e viver um grande amor !

(e ser muito feliz !)

Academia Caçapavense de Letras

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A vida sem você !

Brasilino Alves de Oliveira Neto

A vida te fez assim:
Linda e feliz nos braços de outro.

A vida me fez assim:
Longe de ti e um coração dorido no peito

(por tua ausência).

Academia Caçapavense de Letras

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Insônia !

Brasilino Alves de Oliveira Neto

Dias arrastados,
sem ânimo.
Noites insones,
e sem sonhos.

(Não se sonha acordado.)

Incerteza no amor
... do amor
Incerteza de te ter.

Sofrimentos certos.

Esperança vã.

Querer constante:

Ter você !

Já se vão anos,
Aqui estou,
e continuarei

sempre esperando você !

Venha !

Academia Caçapavense de Letras

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Vida de sonhos !

Brasilino Alves de Oliveira Neto

Vivo de sonhos que já demandam há tempos distantes.
Busco-te sempre.
Olhando vejo a infinitude do horizonte, e fico tristemente a imaginar por quanto tempo ainda terei que vagar errantemente para que eu possa te encontrar e contigo viver uma vida de felicidade !

Continuo te procurando !

Continuo te esperando ! 

Academia Caçapavense de Letras

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Tango.

Carlo Celso Lencioni Zanetti

Envelheci !
O viço da alma que se mantém intacto
não encontra parceria no corpo cansado.
As melodias da minha vida se transformaram.
As canções dos Beatles...
My girl envelheceu comigo,
Yesterday se fez mais longe,
Lennon e Harrison se foram.
Hoje, Piazzola me dá o tom,
Anos de solitude,
canções da soturnidade,
Jacques Brel,
Ne me quite pas.
E tenho que seguir em frente
sabendo que me restará,
ao final de tudo,
o fim do nada mais.
Por isso, danço minha dança triste,
um tango lunfardo que me restou.
Bailo com jovens imagens
congeladas no pensamento,
mas perdidas no horizonte
que não descortino mais.
A alma faz-me sentir o viço da juventude,
o corpo me diz que não;
sinto-me chama a lutar contra o vento,
temendo apagar;
revejo meus fantasmas,
meus temores, minhas perdas,
a aceitação do que tive,
a falta de atrevimento
para ter o que sonhava.
Do que fiz não me lamento
pois, vivi bem vivida
a vida que escolhi viver;
a reclamar, somente
o que não arrisquei fazer.
E sigo nesta dança triste,
no tango lunfardo que me restou,
até o último som calar
e a derradeira luz se apagar.

Academia Caçapavense de Letras

Quando você virá ?

Brasilino Alves de Oliveira Neto
 
O barulho era de passos.
Deles se percebia sensuais,
Pois lentos, cadenciados
e de sutil leveza.

Os ouvia atentamente,
buscava a direção que seguiam.
... queria fosse na minha,
pois o tempo de tua espera se alonga,
e me impõe sofrimentos
e eu não posso continuar assim
pois não se sabe em toda história
que alguém sofrera por ‘bem-querer’

(por querer bem outro alguém)

(tal com te quero.)

Continue sua caminhada
Venha em minha direção
Pois imagino você.

Imagino sua chegada,
que à porta você aparecerá.
Apresse seus passos para que logo possa chegar.
Que é há quem tanto tempo espero para me fazer feliz.

Venha, faça-me feliz !

Academia Caçapavense de Letras 

Cartas da Vida !

Josh Billing

A vida consiste não em ter boas cartas, mas em jogar bem com as que possui.



sábado, 19 de novembro de 2011

A vida ! - 19.11.11

Leon Daudi

É curioso que a vida, quanto mais vazia, mais pesa. 

... e enganando meu coração

Brasilino Alves de Oliveira Neto

Espero-te sempre,
cantando alegremente,
esperando você chegar,
Embora saiba que você não venha

(pois você já não pode ser minha)

Mas esta é a única maneira de enganar meu coração.
De modo que o tempo passe, mesmo que lentamente
Como ele sempre faz para me aumentar os sofrimentos.

Mas se não tem outro jeito ...

Vou continuar cantando alegremente
Esperando-te  (sempre)
Mesmo sabendo que você não virá

Já se passaram muitos anos ...
Tempos ...
e eu aqui, cantando e te esperando

mesmo que seja para cantar todas a canções do mundo

... continuarei alegremente cantando,

esperando-te, e enganando meu esperançoso coração.

Venha ! 

Academia Caçapavense de Letras

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Desvestida !

Brasilino Alves de oliveira Neto

O barulho é de ‘água de chuveiro’.
Ao ouvir imagino uma cena,
Que só pode ser bela.
Não há outra forma,
Por você estar nela.

Teu corpo desvestido,
Molhado, sempre sensual,
Água morna a lhe banhar
Inspiram-me pensamentos lancinantes

(... de amor ! - de corpo e alma !)

E não há outra forma,
Pois onde se encontram
beleza, encanto,
meiguice e sensualidade
esta é a norma,
não há outra forma,
da cena não ser bela:

... por você está nela. 

(barulho, água morna, corpo desvestido, sensualidade, beleza, encanto, pensamentos lancinantes me fazem concluir: isto não pode somente ficar em minha imaginação, tem que se tornar realidade: venha !) 

Academia Caçapavense de Letras

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O silêncio dos amantes !

Brasilino Alves de oliveira Neto

O que seria dos amantes se não houvesse o silêncio ?

Simplesmente não seriam amantes,
pois o silêncio em tudo os envolve.
O silêncio pela furtividade.
do comprometimento.
De sua necessidade para o encontro de almas.

Não há outro jeito ...

Amantes precisam do silêncio para ser amantes !

Academia Caçapavense de Letras

Cenário de amor.

Brasilino Alves de Oliveira Neto

Luz tênue,
Lençol alvo,
E seu corpo nele estirado,
Algumas peças somente te vestem,
Cenário que me desperta lascivos pensamentos
Não me contenho

(nem posso me conter)

... te amo !

(de corpo e alma)

E como sou feliz !


Academia Caçapavense de Letras

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Tempo de espera !

Brasilino Alves de Oliveira Neto

Há muito tempo a esperava.
Ela chegou mansamente e nada falou.
Inseguro, lhe perguntei por que viera se não me queria ?
Fitou meus olhos,
os seus ficaram marejados.
Quis mas não pode responder,
Sua voz embargou.
Olhou-me mais uma vez,
Virou-se e caminhou lentamente
Sem mais volver-me seu olhar.
Ali parado observava cada passo dado,
que a afastava de mim,
pressentindo a solidão, que a cada um de nós a vida reservara

Nunca mais nos encontramos.
Vivo a solidão que pressenti.

Crendo, como forma de me aplacar a dor,
que não sou somente eu quem assim vive.

Mas ainda é tempo de espera !

Sempre será tempo de espera !

Academia Caçapavense de Letras